ANÁLISE | “Amityville: O Despertar” e o problema das franquias de terror

ANÁLISE | "Amityville: O Despertar" e o problema das franquias de terror

Tendo em vista o universo dos filmes de terror, saber a hora de encerrar uma franquia nunca foi o forte dos estúdios e produtoras. Sexta-Feira 13, O Massacre da Serra Elétrica e Halloween são alguns dos exemplos mais absurdos de franquias que foram destruídas por causa da ganância de estúdios ou por fãs clamando por mais uma sessão da sua querida história de horror. Uma outra jogada arriscada da indústria do cinema é fazer reboots, remakes e “sequências-aniversário” – essas acontecem “x” anos depois do original e normalmente ignoram os filmes que o antecederam – para trazer os fãs (e o dinheiro) de volta. A saga sangrenta de produções fracassadas sobre memoráveis filmes de terror parece não ter fim.

Recentemente, tivemos uma demonstração clara de como não retomar uma aclamada história. O filme Amityville: O Despertar, dirigido e roteirizado por Frank Khalfoun e estrelado por Bella Thorne, chegou aos cinemas brasileiros no dia 14 de setembro trazendo consigo uma esperança para a franquia que se desmantelava cada vez que mais um filme era lançado – tendo como exceção apenas a continuação do original e o remake dentre todos os 18 filmes feitos.

O roteiro original é baseado no acontecido da madrugada do dia 13 de novembro de 1974, onde o jovem Ronald DeFeo Jr. matou os pais e seus quatro irmãos alegando ter sido possuído por forças demoníacas. Três anos depois a família Lutz contaria para o mundo as atividades sobrenaturais que aconteceram com ela durante o período que moraram na antiga casa dos DeFeo. A partir desse enredo, a “sequência-aniversário” de Amityville traz exatamente o “despertar” dessas forças malignas, quarenta anos depois – tempo que tem um significado bíblico – dos acontecimentos do primeiro filme, ignorando por completo todos os seus antecessores.

ANÁLISE | "Amityville: O Despertar" e o problema das franquias de terrorCom um roteiro muito fraco e atuações precárias, Amityville: O Despertar perde a chance de emplacar como um sucesso de bilheteria e trazer de volta a leve credibilidade que a franquia teve com o remake de 2005 (dirigido por Andrew Douglas e apresentando Ryan Reynolds e Melissa George como o casal Lutz). O foco do filme é baseado em cenas recriadas do original – que não assustam como na versão de 1979 – sustos mal dirigidos e uma atuação muito (es)forçada da protagonista para tentar (sem êxito) salvar as cenas de tensão.

Uma hora de filme é passada e o espectador continua à espera de calafrios, sustos e medo, mas nada acontece. A falha maior do roteiro é a preocupação excessiva em criar um ambiente de horror esquecendo de pôr em prática (e em cena) o terror necessário.

 

AMITYVILLE: O DESPERTAR

TRAILER

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Estudante de jornalismo curioso e apaixonado por história. Cinéfilo de carteirinha que ama o universo da sétima arte e deseja sempre estar ainda mais imerso nesse mundo.